O apresentador Fausto Silva, conhecido como Faustão, 73 anos, ocupava o segundo lugar na fila de prioridade para o transplante de coração, conseguiu ser transplantado no domingo (27). Sua cirurgia durou 2h30 e foi considerada um sucesso. Porém, a rapidez com que o apresentador conseguiu o órgão levantou suspeitas nas redes sociais.
O coração foi doado durante a madrugada deste domingo. O sistema informatizado da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo localizou 12 pacientes que atendiam aos requisitos para o transplante, dos quais quatro apareciam como prioritários, e Faustão em segundo.
Entre os potenciais receptores, quatro tinham prioridade devido à gravidade das suas condições de saúde. Faustão ocupava a segunda posição nesta seleção.
De acordo com a Central de Transplantes do Estado de São Paulo, a equipe transplantadora do paciente que ocupava a primeira posição decidiu pela recusa do órgão e, desta forma, a oferta seguiu para o segundo paciente, que era Faustão. Essas recusas geralmente ocorrem devido a potenciais incompatibilidades entre receptor e doador.
A central também informou que o tempo de espera para transplante cardíaco para receptores do grupo sanguíneo B, que é o caso de Faustão, é de um a três meses. A rapidez com que o apresentador havia conseguido o coração levou a uma série de questionamentos nas redes sociais.
“Ser rico deve ser muito bom”, escreveu um internauta. Já outro postou: “Nunca duvide do poder de compra de um bilionário”.
O barulho foi tanto que o Ministério da Saúde chegou a divulgar uma nota para dizer que a situação de Faustão justificou a prioridade. Também neste domingo, outros sete pacientes passaram por cirurgias semelhantes, destacou o governo.
“A lista para transplantes é única e vale tanto para os pacientes do SUS quanto para os da rede privada. A lista de espera por um órgão funciona baseada em critérios técnicos, em que tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados. Quando os critérios técnicos são semelhantes, a ordem cronológica de cadastro, ou seja, a ordem de chegada, funciona como critério de desempate. Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica”, esclareceu o Ministério na nota.
Faustão permaneceu internado por 22 dias até passar pelo transplante. Segundo especialistas, o tempo de espera por uma operação como essa costuma variar de um a três meses, mas pode ser encurtado a depender da gravidade do paciente.