Dr. André Ribas, médico epidemiologista da Faculdade São Leopoldo Mandic alerta que saída do isolamento não representa o fim da pandemia de Covid-19
Diversas cidades no Brasil já estão em fase de retomar as atividades, permitindo a abertura de comércios, shoppings, academias, parques, entre outros. No entanto, a saída do isolamento não significa que a pandemia de Covid-19 terminou. Isso é o que afirma o médico epidemiologista e professor da Faculdade São Leopoldo Mandic, Dr. André Ribas. “Ao reabrir o comércio o risco de infecção deve aumentar, sendo assim, devem ser reforçadas as recomendações de uso de máscara e higienização frequente das mãos (com água e sabonete ou álcool) quando estiver em locais públicos. Além disso, os cuidados ao chegar em casa também devem ser intensificados.”
Para quem precisa sair ou ir trabalhar usando o transporte público, Dr. André salienta que o uso de máscara deve ser mantido todo o tempo, mesmo que não haja ninguém próximo. É fundamental o distanciamento mínimo de 1 metro, no entanto, muitas vezes isto pode não ser possível. Em algumas formas de transporte deve-se considerar a possibilidade de usar o protetor facial (face shield), principalmente quando se tratar de maiores de 65 anos e portadores de doenças crônicas. De acordo com ele, ao sair do veículo é importante fazer uma boa higienização das mãos com água e sabonete ou álcool em gel.
Em relação aos restaurantes e salões de beleza, o Dr. André afirma que esses locais devem ser evitados, mas se for necessário, os cuidados devem ser tomados pelos frequentadores e, também, pelos profissionais que estão trabalhando. É necessária a higienização de todos os utensílios entre cada cliente (dando preferência ao uso de descartáveis), uso de máscara por todos e o tempo todo possível, além da higienização das mãos com sabonete ou álcool em gel. “No momento da alimentação e de beber não deve haver ninguém em um raio de 2 metros. Em algumas situações, isto pode ser substituído por barreiras físicas, separando as pessoas”.
No caso dos parques, mesmo ao ar livre, devem ser frequentados com o uso de máscara. “É importante destacar que o risco em locais abertos é bem menor que em locais fechados, portanto, estes parques devem ser preferidos às academias e aparelhos de ginástica de condomínios. As academias têm um risco bem maior por vários motivos: são espaços fechados, geralmente mal ventilados, e os aparelhos são compartilhados por várias pessoas”, diz Dr. André. Para ele, as academias ainda deveriam ser evitadas nessa fase.
Ao voltar para casa, segundo Dr. André, celulares, carteiras, bolsas e compras devem ser limpas com pano com álcool ou aplicação de spray de álcool. É importante tirar e separar toda a roupa e os sapatos, não misturando com as roupas limpas. Este material deve ser considerado “contaminado” por um período de 24 a 48 horas, afinal o coronavírus não se mantém em tecidos por mais que este tempo) e o sol ajuda a destruir o vírus. Após esses procedimentos, é recomendado tomar um banho para completar a higienização.