Governo Federal investiu R$ 144 milhões para execução das obras. Outros dois empreendimentos na capital gaúcha serão realizados com recursos do PAC Saúde
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da inauguração do Centro de Oncologia e Hematologia (COH) do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), em Porto Alegre, nesta sexta-feira, 16 de agosto. Com investimento de R$ 144 milhões do Governo Federal, a nova unidade vai aumentar em 200% as infusões quimioterápicas, 300% a reabilitação fisioterápica e 150% a reabilitação fonoaudióloga do GHC.
Estar aqui nesse Centro de Oncologia e Hematologia é muito importante. Eu quero que vocês saibam que tenho noção da importância disso, porque tive câncer. Fiz quimioterapia, radioterapia, sei da importância dessa máquina que vocês compraram para ajudar a salvar vidas nesse estado”
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Presidente da República
“Estar aqui nesse Centro de Oncologia e Hematologia é muito importante. Eu quero que vocês saibam que eu tenho noção da importância disso, porque eu tive câncer. Eu fiz quimioterapia, fiz radioterapia, e eu sei da importância dessa máquina que vocês compraram para ajudar a salvar vidas nesse estado”, disse Lula, que relembrou o período em que fez um tratamento contra câncer na laringe, em 2012. Os pacientes do novo centro contam com serviços de quimioterapia, radioterapia, internação para diagnóstico, tratamento e acompanhamento.
Lula visitou as instalações do centro acompanhado da ministra da Saúde, Nísia Trindade, antes da cerimônia de inauguração. Em seu discurso, o presidente expressou sua emoção em saber que muitas vidas serão salvas com acesso ao tratamento pelo SUS. A abertura do centro permitirá a realização de radioterapia no local, sem precisar transferir pacientes para outros serviços, e aumentará a capacidade de internação.
“Quando eu venho aqui, num hospital que tem a excelência que vocês têm, a respeitabilidade que vocês têm, eu fico muito feliz. Fico emocionado quando eu venho aqui e vejo que é possível. O Estado tem que dar igualdade de tratamento a todos os seus filhos. Não tem sentido uma pessoa pobre, do SUS, entrar pelo porão e uma pessoa rica entrar pelo elevador. Em se tratando de saúde, a gente também não pode utilizar a palavra gasto. Saúde é investimento para salvar vidas nesse país. Por isso eu tenho muito orgulho”, declarou.
Com atendimento 100% SUS, o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) forma a maior rede pública de hospitais do Sul do país e é responsável pelo atendimento de 43% dos pacientes oncológicos em Porto Alegre. “Muitas pessoas morrem sem ter oportunidade de um tratamento. E quando eu vejo um centro como eu vi hoje, eu tenho certeza que vocês vão salvar muitas vidas. Estar aqui, inaugurando essa excelência para fazer tratamento do câncer é, na verdade, a realização de um sonho. O povo de Porto Alegre tem que saber que eles têm o melhor tratamento de oncologia aqui nesse hospital, nesse ambiente”, observou o presidente Lula.
A segunda agenda no Rio Grande do Sul foi a inauguração do Centro de Oncologia e Hematologia do Grupo Hospitalar Conceição, estatal federal que fortalece o SUS. A obra teve R$ 144 milhões em investimentos do governo federal. Também anunciamos o começo das obras do Centro de Apoio.
ESTRUTURA – O Centro de Oncologia e Hematologia já está funcionando e atende todos os municípios do Rio Grande do Sul. Está localizado numa área de mais de 14 mil metros quadrados, dividida em sete pavimentos, localizado junto ao Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC). A estrutura do centro, moderna e equipada com avançadas tecnologias, contará com 94 leitos de internação hospitalar, que ampliarão a capacidade de internação em 77%, com a possibilidade de realizar mais de 17 mil internações oncológicas e hematológicas por ano.
O local também terá 45 poltronas de infusão de quimioterapia ambulatorial, permitindo o aumento em 150% nas sessões de quimioterapia; além de 22 consultórios, quatro salas de procedimentos; amplo espaço de convivência para pacientes, familiares e acompanhantes. Com a centralização de todos os serviços em um mesmo espaço físico, será possível acelerar o diagnóstico e iniciar o tratamento, além de trazer benefícios clínicos e alcançar um maior número de pessoas.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, destacou a importância dos investimentos e agradeceu os recursos já repassados para garantir tratamento de qualidade ao povo gaúcho. “No Rio Grande do Sul, a gente tem uma projeção de 15% de aumento de incidência de casos de câncer. Então, isso torna ainda mais importante esse investimento para aumentar a prevenção, o diagnóstico precoce e, claro, o tratamento. A gente agradece esses investimentos e confia que eles são parte de algo ainda maior de investimentos. Vamos continuar demandando, pedindo, para que a gente possa garantir o atendimento qualificado de saúde que o nosso estado merece”.
EXPANSÃO DA RADIOTERAPIA – Ainda no Centro de Oncologia, um acelerador linear está em fase final de instalação. O equipamento permitirá a realização de todo o tratamento oncológico (radioterapia) no mesmo local. O recurso destinado a essa instalação é proveniente do Novo PAC, por meio do Plano de Expansão da Radioterapia no SUS (PER/SUS), que prevê a entrega de 34 equipamentos desse tipo em todo o país. A entrega é realizada pelo Ministério da Saúde. Em Porto Alegre, o acelerador linear vai permitir o atendimento de 700 usuários por ano. A previsão é de seja instalado mais um equipamento no local, dobrando a capacidade de assistência.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, enfatizou a capacidade do novo centro, que levará tratamento a mais pessoas. “Serão 60 pessoas atendidas diariamente na radioterapia, mas não é só isso. Todo tratamento para diversos tipos de câncer, transplantes de medula óssea. É um trabalho integrado, multiprofissional para apoio a esses pacientes. Acabamos de visitar e o testemunho dos pacientes é com relação ao acolhimento. O SUS tem que ter qualidade e acolhimento para ser integral”, observou a ministra.
Nísia também fez um agradecimento em nome do Governo Federal a todos os trabalhadores da saúde, que atuaram junto à Força Nacional do SUS durante as enchentes no estado. “Eu quero também trazer o agradecimento do Ministério da Saúde, falo em nome de todo o Governo Federal, pelo trabalho incansável de trabalhadores e trabalhadoras que também foram atingidos por essa enchente e que foram a base da Força Nacional do SUS aqui do estado, junto com vários voluntários que vieram de todo o Brasil”, disse a ministra.
“[Os recursos] Vão garantir a reconstrução e a reforma de 50 unidades básicas de saúde. Esse recurso vai garantir a recuperação de unidades hospitalares, ambulatoriais nas áreas atingidas e vai permitir a recuperação de equipamentos. Atendemos as demandas dentro do critério, que é o das áreas atingidas. Vamos trabalhar juntos incansavelmente, Governo Federal, estado e todos os municípios, como deve ser para essa recuperação”
NÍSIA TRINDADE
Ministra da Saúde
RECURSOS – A ministra da Saúde fez o anúncio de uma portaria que abre crédito extraordinário de R$ 308,2 milhões para o Rio Grande do Sul, publicada a partir de uma medida provisória (MP) editada pelo presidente Lula. Essa medida faz parte de uma série de ações implementadas pelo Governo Federal em apoio ao estado gaúcho, que totalizam mais de R$ 96 bilhões.
“Vão garantir a reconstrução e a reforma de 50 unidades básicas de saúde. Esse recurso vai garantir a recuperação de unidades hospitalares, ambulatoriais nas áreas atingidas e vai permitir a recuperação de equipamentos. Atendemos as demandas dentro do critério, que é o das áreas atingidas. Vamos trabalhar juntos incansavelmente, Governo Federal, estado e todos os municípios, como deve ser para essa recuperação”, afirmou Nísia.
MEDULA ÓSSEA – A abertura do COH também permitirá a expansão dos atendimentos aos usuários do SUS que necessitam de transplante de medula óssea. Com os 14 novos leitos na área de hematologia, será possível realizar 70 transplantes de medula óssea por ano. A nova estrutura contempla área com filtragem de ar, especialmente para permitir esses atendimentos.
O diretor-presidente do Grupo Hospitalar Conceição, Gilberto Barichello, ressaltou as melhorias com o novo centro para atender as pessoas que utilizam o SUS. “O Centro de Oncologia e Hematologia não nasceu porque alguém quis construir. Nasceu porque o SUS precisava atender mais pessoas que precisam do tratamento de oncologia e hematologia. Nós somos 100% SUS e atendemos cidadão que, às vezes, não tem renda, trabalho, não tem educação e condições de fazer a prevenção. Vamos ter radioterapia que nós não tínhamos, o primeiro aparelho está ali pronto para funcionar”.
Representando os trabalhadores do centro, a enfermeira Júlia Degues expressou a satisfação com a inauguração da obra. “A conclusão dessa obra não só qualifica o SUS, como beneficia diretamente inúmeras vidas. O apoio do Governo Federal tornou possível a criação de um centro de referência em oncologia, que atenderá 100% SUS. Posso dizer com propriedade: com a mesma excelência e qualidade dos serviços privados”, disse Júlia.
PAC SAÚDE – Também foi autorizada a abertura de processo de contratação pública de projetos para a execução de duas obras em Porto Alegre, com recursos do PAC Saúde. Uma delas é o Centro de Apoio ao Diagnóstico e Terapia, com investimento de mais de R$ 200 milhões. O local possui cerca de 20 mil metros quadrados, distribuídos em nove andares. Anualmente, o empreendimento terá impacto na ampliação de 500 mil exames de análises clínicas; 93 mil exames de imagem; 18 mil procedimentos terapêuticos; 10 mil doações de sangue; 22.000 ressonâncias; 5 mil densitometrias; 4,5 mil cintilografias PET-CT; 400 polissonografias e 16 mil outros exames.
O segundo empreendimento é o Centro de Atendimento ao Paciente Crítico e Cirúrgico, com investimento de R$ 52 milhões. A primeira etapa da obra será a reforma da Psiquiatria e Endoscopia do Hospital Conceição e a segunda etapa será o novo Centro Cirúrgico e Centro de Material Esterilizado, em uma área de cerca de 5 mil metros quadrados. Com o aumento de salas e leitos, o novo Centro comportará o dobro de procedimentos cirúrgicos, saltando de 15 mil para 30 mil ao ano, além de otimizar os fluxos internos e na assistência aos pacientes.