Pesquisa da UFG, que avaliou a fortificação vitamínica e de minerais, foi publicada na revista Nutrients
Encontrada especialmente em óleos vegetais, nozes e sementes, a vitamina E não é muito consumida nos primeiros
anos de vida. Pensando nisso, pesquisa da Faculdade de Nutrição da UFG avaliou o impacto da suplementação de micronutrientes em pó e identificou a redução de 82% da deficiência da vitamina em crianças de seis a 15 meses de idade. Também constatou que as crianças tiveram melhor crescimento linear e apresentaram uma menor frequência de casos de tosse e chiado. O estudo foi publicado na revista científica Nutrients.
Foram avaliadas 224 crianças de Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Goiânia, sendo 117 crianças no grupo controle (com idades de 11 a 15 meses) e 107 no grupo intervenção (com idades de seis a nove meses). As crianças do grupo de intervenção consumiram, durante o período de dois a três meses, sachês contendo uma formulação de 15 micronutrientes, entre eles, a vitamina E, e foram acompanhadas durante quatro a seis meses, sendo avaliadas seis meses após o início da intervenção.
De acordo com o estudo, a formulação com micronutrientes em pó promoveu o aumento na concentração de vitamina E e a redução de 82% da sua deficiência nas crianças avaliadas, em comparação com as do grupo de controle. As crianças também apresentaram maiores índices de comprimento por idade e menor frequência de casos de tosse e chiado. “A importância da fortificação caseira na prevenção de deficiência de vitamina E e auxílio no crescimento da criança foram evidenciados pelos resultados deste estudo”, afirma a pesquisadora Lina Monteiro de Castro Lobo, autora da pesquisa, orientada pela professora da UFG, Maria Claret Costa Hadler.
Deficiência nutricional
As baixas concentrações de vitamina E podem ocasionar danos à saúde tornando as crianças mais suscetíveis aos quadros infecciosos e à baixa estatura, explica o estudo. A partir dos dados do Estudo Nacional de Fortificação da Alimentação Complementar (Enfac), citados pela pesquisa, foram encontrados 61,5% de insuficiência de vitamina E em crianças brasileiras de 6 a 14 meses. Já em Goiânia o índice foi de 82%.
Assim como discutido pela pesquisa, os fatores que geram a alta prevalência de deficiência da vitamina estão relacionados à disponibilidade de alimentos, ou seja, à acessibilidade e ao custo de alimentos fonte do nutriente. No Centro-Oeste, mais especificamente em Goiás, até então não havia estudos sobre e efetividade da fortificação caseira da vitamina E. Segundo as pesquisadoras, o estudo “fornece importantes resultados que podem favorecer políticas públicas de Saúde, visando a redução da deficiência nutricional na infância”
Informações: Secom UFG, por Carolina Melo