Amizade à parte, os tutores têm algumas atitudes que os cachorros realmente odeiam; veja algumas delas
Os cachorros são os melhores amigos dos humanos, mas algumas atitudes que os tutores fazem são capazes de irritar profundamente os peludos. Ninguém deve se sentir mal por isso: afinal, em qualquer forma de relacionamento, sempre existem algumas atitudes que incomodam.
Até mesmo Julieta deve ter identificado alguns hábitos irritantes em seu amado Romeu, o que não impediu que eles se amassem até a morte. Na relação com os tutores, os cachorros odeiam alguns de nossos gestos e manias.
Os relacionamentos entre tutores e cachorros são de longo prazo: podemos conviver com eles durante dez, 15 ou até 20 anos. Então, para garantir a sanidade de ambas as partes, talvez seja importante corrigir alguns hábitos, para deixar os peludos mais felizes.
Amizade à parte, os tutores fazem algumas coisas que os cachorros realmente odeiam.
Os cachorros são os melhores amigos dos humanos, mas algumas coisas que os tutores fazem são capazes de irritar profundamente os peludos. Ninguém deve se sentir mal por isso: afinal, em qualquer forma de relacionamento, sempre existem algumas atitudes que incomodam.
Até mesmo Julieta deve ter identificado alguns hábitos irritantes em seu amado Romeu, o que não impediu que eles se amassem até a morte. Na relação com os tutores, os cachorros odeiam alguns de nossos gestos e manias.
Os relacionamentos entre tutores e cachorros são de longo prazo: podemos conviver com eles durante dez, 15 ou até 20 anos. Então, para garantir a sanidade de ambas as partes, talvez seja importante corrigir alguns hábitos, para deixar os peludos mais felizes.
01. Conversar com palavras
Os cachorros adoram “conversar”, mas eles não entendem palavras: apenas intenções e gestos. Quando o tutor, imitando voz infantil, diz que vai dar um petisco saboroso e, ato contínuo, apresenta um biscoito, o peludo se sente satisfeito e gosta da interação.
Alguns tutores, no entanto, acreditam ter encontrado no cachorro um verdadeiro “confidente fiel”. Eles passam angustiantes minutos contando o que aconteceu pouco antes na rua, ou décadas atrás, quando ainda eram crianças.
É claro que, nessas condições, os cachorros não conseguem compreender nada. Os mais independentes quase sempre deixam os tutores falando sozinhos e vão procurar outra coisa para fazer. Mas muitos peludos acreditam que precisam continuar interagindo.
Eles tentam entender a linguagem corporal, o tom empregado nas palavras, até mesmo algumas palavras isoladas cujo significado é mais ou menos real. Mas, como o tutor está falando sobre assuntos completamente fora da realidade dos peludos, estes não conseguem chegar a nenhuma conclusão.
Esta é uma situação verdadeiramente angustiante. Quanto mais apegados (e solidários) forem os cachorros, mais eles tentarão entender o que está acontecendo – e, naturalmente, não conseguirão. Quando você quiser falar sozinho, fale normalmente, sem se dirigir ao cachorro. Ele continuará sem compreender, mas pelo menos saberá que a situação não o envolve diretamente.
02. Abraços apertados
Vale o mesmo para carinhos na cabeça e para os “momentos Felícia”, em que os carinhos e mimos se aproximam perigosamente de verdadeiras torturas. Os abraços não fazem parte do repertório canino. Aliás, em muitas espécies, eles podem ser uma estratégia de ataque: quem quer um abraço de um amigo urso?
Os cafunés naturalmente são muito bem-vindos. Os carinhos na cabeça que são odiados são aqueles que parecem ter como objetivo estragar o penteado. O excesso de força física sempre é interpretado por um cachorro como uma forma de violência.
Muitos peludos adoram brincar de cabo-de-guerra, que é uma demonstração de força. Nesses momentos, no entanto, é exatamente isso que eles estão fazendo: medindo forças com o líder, em um possível ensaio para “tomar o poder”.
03. Colo
É evidente que todo cachorro gosta de colo. Até os grandões adoram apoiar a cabeça em nossas pernas para receber um carinho prolongado e suave. O colo de que os cachorros não gostam é aquele movimento que os arrebata no ar e muitas vezes termina em um abraço constritivo (não, eles também não gostam de jiboias e sucuris).
Muitos tutores podem ficar surpresos e até frustrados, mas imagine o susto que passa um filhote (ou um nanico adulto, como um chihuahua ou lulu da Pomerânia) quando é suspenso no ar por mãos que não podem ser identificadas prontamente.
Além da vertigem provocada pela velocidade do deslocamento, qualquer animal tem medo de cair – uma estratégia criada pela natureza para impedir que nos arrisquemos inutilmente em abismos e despenhadeiros, por exemplo.
04. Puxões no rabo
A cauda dos cachorros, uma extensão da coluna vertebral, é fundamental para o equilíbrio e a locomoção – este é um dos motivos por que, no Brasil a caudectomia (corte da cauda) por motivos estéticos é desaconselhada pelos órgãos que representam a Medicina Veterinária.
Ela é composta por vértebras (entre cinco e 20, o que explica por que é mais longa em algumas raças e varia de indivíduo para indivíduo) separadas por discos intervertebrais, o que permite uma série de movimentos rápidos e de diferentes intensidades.
A cauda é importante na linguagem corporal dos peludos. Quando eles estão atentos, ela é portada alta: quando estão excitados e alegres, é esticada e balança livremente; quando fazem festa, é lançada de um lado para outro como se fosse um chicote; quando estão com medo, por fim, ela é portada entre as pernas traseiras, em sinal de submissão.
Com tantas funções orgânicas e comportamentais, a cauda dos cachorros naturalmente fica exposta: é preciso que os que estão à volta consigam visualizá-la. Por outro lado, esta exposição facilita uma série de acidentes.
É difícil encontrar um tutor que não tenha pisado na cauda do cachorro sem querer. Muitas vezes, ela fica esticada e relaxada bem no meio do caminho. Os peludos também se envolvem em acidentes quando a cauda se prende em portas ou cercas.
A cauda é provida de diversos terminais nervosos e, por isso, é muito sensível. A maioria dos cachorros não gosta que segurem o apêndice. Ele pode ser objeto de carícias e afagos, mas nunca de puxões ou agarradas violentas.
Mas, como os acidentes são comuns, muitos cachorros já vivenciaram problemas com a cauda e guardam memória vívida dessas situações. Este é mais um bom motivo para não quererem nenhum curioso agarrando e puxando.
05. Promessas não cumpridas
Muitos tutores, para mostrar as habilidades dos cachorros, costumam incentivá-los a tomar certas atitudes. Isto acontece, por exemplo, quando estranhos visitam a casa e os tutores querem demonstrar a inteligência e as habilidades dos peludos.
Querendo revelar a argúcia dos cachorros, uma situação é especialmente incômoda para eles: o tutor pega a coleira (ou apenas se dirige para o local em que ela costuma ficar pendurada), pega o acessório e faz menção de abrir a porta.
Naturalmente, os peludos entendem que chegou a hora do passeio diário – ou então, que hoje é o grande dia de uma caminhada extra. Depois de se agitarem e mostrarem excitação e alegria, o tutor volta a pendurar a coleira.
Para eles, esta é uma promessa não cumprida. Eles não ficam excitados por causa da coleira (que, em muitas ocasiões, pode ser bastante incômoda): a alegria é devida à expectativa do passeio, que é frustrada em questão de segundos. Uma situação bastante irritante, convenhamos.
06. Contatos visuais constrangedores
Na natureza, os lobos fazem curtos contatos visuais, basicamente para saber se cada membro da alcateia está na posição correta, executando a tarefa ou missão que lhe cabe naquele momento: uma rápida olhadela de canto de olho é suficiente para saber se a formação de caça está pronta para ataque, por exemplo.
Os cães herdaram esta característica dos seus ancestrais. Eles nunca olham fixamente para ninguém (humano, felino ou outro canino), a menos que queiram desafiar. Um contato visual insistente também pode indicar censura.
Quando o alfa da matilha passa a olhar intensamente, os demais membros entendem que algo está errado – mais precisamente, que alguém está agindo de modo errado. E, para os cachorros, o alfa é justamente o tutor.
Desta forma, quando o tutor passa a olhar fixamente, o cachorro entende que alguma conduta está sendo reprimida. E, como eles nunca sabem exatamente o que fizeram de errado (ou o que o tutor considera errado), os peludos se sentem desconfortáveis.
Muitas pessoas apenas estão fixando o olhar, mas, para os peludos, elas estão repreendendo algum comportamento. Pode ser apenas alguém muito míope, com problemas de visão, mas, para eles, é uma verdadeira censura pública.
07. Falta de liderança
As alcateias são grupos extremamente organizados e hierarquizados. Apesar de exercerem diversas funções, cada membro sabe o que deve fazer a cada momento, para garantir a segurança, o bem-estar, o êxito na caça, etc.
Nesses grupos – e nas matilhas que os sucederam entre os cachorros – existe sempre a figura do “alfa”, o líder do grupo. Ele não chega a ser um chefe inconteste, mas é alguém com experiência para avaliar as situações e decidir a melhor resposta.
Por isso, todos os membros seguem o alfa da matilha, que é observado e imitado. Uma boa estratégia de sobrevivência é ficar sempre o mais perto possível do líder – em teoria, ele está em uma posição muito mais segura.
Em casa, os cachorros transferem as funções do alfa para o tutor (quando a família é composta por vários membros, eles elegem um líder, mas tendem a entender que estão abaixo dos outros humanos na hierarquia).
O alfa é o provedor. É ele quem traz comida e abrigo, quem decide as regras de convivência, quem distribui as tarefas entre os membros. É assim que o cachorro vê o tutor, por quem sente uma admiração que se aproxima da idolatria.
Isso tudo, se o tutor for realmente um líder. Quando o cachorro não identifica as características de liderança no tutor, ele se sente frustrado e pode tentar assumir o lugar. Um tutor que não se impõe, que não dita normas e que não organiza o espaço não merece o título de alfa, na mentalidade dos peludos.
08. Barulhos altos
A audição canina é impressionante. Os cachorros conseguem captar sons entre 15 Hz e 40 MHz (nos humanos, a faixa vai dos 20 Hz aos 20MHz). Eles identificam ruídos a distâncias quatro vezes maiores do que as captadas pelos ouvidos humanos.
Com isso, os sons exercem efeitos consideráveis na vida dos cachorros. O barulho de um trovão, ou de fogos de artifício, por exemplo, são equivalentes a explosões violentas. E, como ele não faz ideia do que está acontecendo, esses eventos acabam se tornando extremamente apavorantes.
Imagine agora o que pode acontecer quando o tutor grita (ou eleva um pouco a voz). Os cachorros imediatamente associam o barulho excessivo ao perigo. Os gritos, para eles, são sinais de alerta: é hora de fugir.
Eles tentarão se esconder, mesmo que “não tenham culpa no cartório”. Para os humanos, as fugas equivalem a verdadeiras confissões – vale lembrar que, mesmo quando fazem alguma coisa errada, os cachorros podem simplesmente não se lembrar do episódio algumas horas depois.
E, se eles não se lembram do “incidente”, eles naturalmente não são culpados por ele. Os gritos, acusações e eventuais castigos acabam parecendo totalmente injustos. Cachorros e todos os demais seres sencientes (isto é, que são capazes de sentir as interações com o ambiente) odeiam injustiças.
09. Mudanças de opinião
Os cachorros, como já foi dito, gostam de rotinas bem definidas. Eles não se incomodam em obedecer às regras, desde que reconheçam autoridade em quem está ditando as leis da casa. Além disso, eles gostam muito de agradar os tutores e às vezes fazem coisas justamente por isso, mas sem entender o significado, alcance e necessidade da ação.
É o caso, por exemplo, do xixi no tapete. Desde filhotes, os cachorros aprendem que isso é errado e quase sempre obedecem a regra imposta pelos tutores, mesmo sem entender os motivos. Afinal, a caverna em que moramos, por mais sólida que seja, um dia irá desmoronar. Ou, então, talvez algum bicho maior nos expulse de lá.
Naturalmente, eles não sabem que as construções humanas são estáveis, à prova de deslizamentos, inundações, invasões, etc. Da mesma forma, também não sabem que existem uma série de leis sobre o direito à propriedade.
Para que eles possam obedecer, no entanto, é preciso que haja estabilidade. Os tutores não podem resolver que “hoje pode subir no sofá, amanhã não pode”; “hoje pode trazer a bola na sala, amanhã não pode”; “hoje pode brincar de morder, amanhã não pode”.
Para eles, isso não faz o menor sentido. O problema é que muitos humanos mudam de opinião como mudam de roupa. Não é que eles se incomodem com o cachorro no sofá, a bola na sala ou a brincadeira com mordidas. O fato é que o humor varia e as reações, também.
Para os cachorros, este é um mistério insondável. Mesmo assim, é irritante. Eles nunca sabem como devem se comportar, se podem fazer ou não algum gesto. Os humanos deveriam resolver os seus conflitos antes de adotar um pet.
10. Interações sociais forçadas
Os cachorros gostam de uma rotina equilibrada, de uma sequência de fatos cotidianos estável. As alterações, para eles, revelam mudanças e, se tudo está bem e uma mudança acontece, algum tipo de risco deve estar envolvido.
Isso acontece quando decidimos aproximar os peludos de estranhos – humanos, cachorros, etc. –, na tentativa de mostrar como eles são equilibrados e obedientes. Os cães podem até gostar de fazer novas amizades, especialmente se estiverem em casa, que é seu território natural por excelência.
Interagir com estranhos nas ruas, por outro lado, é uma situação completamente diferente. Com a sequência de passeios, os cães aprendem que devem tolerar os desconhecidos que passam para lá e para cá, mas brincar e fazer festa é um pouco demais para eles.
Os cachorros também não gostam de receber visitas de outros cães em casa. Para a maioria, trata-se de uma verdadeira invasão. Mesmo os animais pouco territorialistas e dominantes não querem saber de dividir o espaço.
Se for um boiadeiro ou pastor, é quase certo que ele tentará expulsar o intruso. É assim que a mente canina funciona: “no meu pasto, quem manda sou eu. As ovelhas e vacas me obedecem e qualquer invasor deve ser expulso imediatamente”.
11. “Marchas forçadas”
Estes são os famosos passeios em que os cachorros não podem parar para explorar o mundo à sua frente. Alguns tutores não permitem que os peludos procurem pistas e rastros – cheirar fezes de outros animais, então, nem pensar.
Nas primeiras vezes em que os cachorros saem para passear, o fascínio pelo novo – um mundo inteiro a ser explorado – ajuda a superar o medo do desconhecido. Com o tempo, as caminhadas se tornam parte da rotina (isso é bom, porque os cães gostam de levar uma vida previsível).
No entanto, se, em todas as vezes em que o tutor chamar para o passeio, o cachorro associa a atividade a uma correria, sem direito a explorar e investigar, a caminhada se torna uma verdadeira marcha forçada.
Para os humanos, aproximar o nariz de fezes pode parecer algo extremamente nojento. Para os cachorros, porém, esta é uma forma de se relacionar: a partir do cheiro, ele descobre se o “autor” é alguém conhecido, há quanto tempo passou por ali, se é novato na região, se estava ansioso ou amedrontado, etc.
Efetivamente, ser interrompido no meio dessa investigação não é uma situação agradável. E isso só piora quando o tutor segue em frente, com se estivesse tudo em ordem. Quando o tutor não presta atenção no cachorro, o ódio aumenta ainda mais. Tente usar o celular por cinco ou dez minutos à frente dele: o cachorro demonstrará toda a indignação que é capaz de sentir.