Dados da Corporação apontam que já foram atendidas neste ano 9.051 ocorrências, enquanto que em todo o ano de 2018 foram 5.803 registros. Mudanças na metodologia de trabalho foram decisivas, garantindo a proteção de 97% das principais unidades de conservação integral, apesar do número maior de queimadas, muitas delas criminosas
Enfim, após longa espera de mais de 100 dias, as primeiras chuvas chegaram para amenizar a seca histórica em Goiás. Um alívio, especialmente na capital, onde o tempo seco durou 131 dias. As primeiras precipitações deram fim não só à apreensão de todos os goianos, mas a um quadro que agravava situação bastante dramática: a ocorrência de queimadas em Goiás. Mais uma vez, o trabalho efetivo e estratégico do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás foi fundamental no combate, na prevenção e na conscientização da população.
Segundo dados divulgados pela Corporação, já foram atendidas neste ano 9.051 ocorrências de incêndios florestais, enquanto que ao longo de todo o ano de 2018 foram 5.803 registros no total. O ápice foi setembro de 2019, considerado o “Setembro Negro”, quando o número de ocorrências extrapolou, com o segundo pior índice registrado desde 1998 no período. Mesmo diante de um cenário tão desfavorável, ficando claro a ação criminosa de incendiários, o Corpo de Bombeiros registrou um aumento em 50% da sua produtividade em relação aos últimos anos, o que garantiu a proteção de 97% das principais unidades de conservação integral.
O coordenador geral da Operação Cerrado Vivo (OCV), tenente-coronel Tiago Dias Coelho, atribui o êxito à mudança na metodologia de trabalho e ações de melhorias na gestão. Um exemplo citado é a operação no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. “O último grande incêndio havia sido em 2017, em que as equipes ficaram 11 dias trabalhando no combate ao fogo. Desta vez, com apenas três dias de presença do Corpo de Bombeiros, conseguimos extinguir um grande incêndio, com uma linha de mais de 10 quilômetros de extensão. Detalhe: sem aumento de efetivo e sem grandes investimentos monetários”, compara.
Prevenção
A presença de equipes florestais de plantão na região metropolitana – atuando de forma preventiva em parques e na fiscalização de aceiros –, além do monitoramento por meio de drones agregaram positivamente o trabalho do Corpo de Bombeiros contra o fogo. A corporação também recorre bastante a uma ferramenta chamada “golpe único”. Assim que a ocorrência é registrada em uma unidade de conservação, já é considerada um fato grave, mesmo sendo pequena, para que os bombeiros mobilizem grandes recursos. “Isso propicia combate mais rápido, mas eficiente e menos danos à natureza”, comentou o comandante.
Conscientização
Cerca de 100 mil pessoas, entre crianças e adultos, foram alcançadas na distribuição de cartilhas, com palestras e campanhas educativas. “Temos que mudar definitivamente a cultura de achar que os incêndios são normais. Portanto, o eixo de educação é fundamental”, diz o Tenente Coronel Tiago Dias.