De acordo com protocolo publicado nesta terça-feira (9), a central será fechada às quartas e sábados, podendo inclusive ser fechada totalmente por conta dos contágios.
Tal medida foi adotada para conter os avanços da covid-19 no entreposto que já possui 29 confirmações, cinco casos suspeitos e um óbito pela doença. A nova regra de fechamento começa a valer a partir de hoje (10).
Donos de empresas concessionárias e permissionárias das Centrais de Abastecimento de Goiás (Ceasa) estimam que o fechamento às quartas e sábados já irão gerar um prejuízo em torno de 20% e 25% no faturamento mensal.
A administração se planeja para fazer a desinfecções dos ambientes neste dis fechados, de modo a reduzir índice de contágio para evitar fechamento total da central, que seria um prejuízo ainda maior.
“A administração pode até pensar que são dias de menor fluxo, mas a gente vende mesmo assim. Às quartas atendemos grandes redes e aos sábados os feirantes. Como vai ficar isso? Estamos em uma época em que não podemos rejeitar venda nenhuma. Já vimos nosso rendimento cair e vai piorar”, diz um dos empresários.
Ainda de acordo com empresários, não houve nenhum diálogo por parte da central, na questão de suporte aos trabalhadores para enfrentarem a situação sem ter que fechar e prejudicar muita gente. “A desinfecção é importante, mas além de ter que parar dois dias da semana, teremos que arcar com os custos dos testes para cada funcionário, isto vai impactar financeiramente muita gente”, diz um dos empresários.
O presidente interino, da Ceasa, Rogério Esteves, confirmou que o atendimento de saúde na triagem dos profissionais quanto aos sintomas do Covid19 é feito, no entanto a partir das 5h da manhã, no entreposto. É preocupante, portanto, aqueles trabalhadores que chegam ainda mais cedo no local e viajam pelo Brasil durante todo o dia. Muitas vezes eles utilizam o espaço para passar a noite.
Rogério, garante que a situação não é preocupante, “não há concentração de pessoas neste horário”. No entanto, eles estão estudando a necessidade e possibilidade de colocar um profissional da saúde para fazer a verificação a noite.
Quanto a possibilidade de fechamento da Ceasa, Esteves diz que existe esse risco, “As responsabilidades devem ser separadas. O que a Ceasa pode e deve fazer está fazendo. É preciso um processo de conscientização. De nada vai adiantar os procedimentos que estamos tomando se as pessoas não contribuírem”. Ele conclui, expondo o grande prejuízo, “Um eventual fechamento total poderá acarretar prejuízos inimagináveis. No entanto, casos as confirmações aumentem, a medida será necessária, pois estamos falando de distribuição para todo o Estado de Goiás e também para o Pará, Mato Grosso e Maranhão, por exemplo. As Centrais são essenciais, obviamente, mas as vidas são mais importantes do que o mercado e vamos priorizá-las”, comentou.