Projeto viabiliza realização de exames sem anestesia em pacientes claustrofóbicos

Além de proporcionar mais qualidade de vida e saúde a adultos com fobia e crianças, o Projeto Ninar reduz em 40% os custos para a família ou plano de saúde na realização de ressonância magnética e tomografia

Medo do escuro, da morte, de altura, de animais, de estar em local fechado ou longe da saída. Ter medo é natural ao ser humano, mas, quando em excesso, deve ser encarado como uma doença que precisa ser acompanhada de perto. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que aproximadamente 10% da população mundial convivem com alguma fobia. A maioria é mulheres.

O neurorradiologista Ricardo Daher explica que fobia é um tipo de perturbação da ansiedade caracterizado por medo ou aversão a um objeto ou a uma situação, tornando a pessoa vulnerável ou incapacitada. “Quando em crise, o paciente pode apresentar manifestações como taquicardia, tremedeira, suor excessivo, falta de ar, tontura e até desmaios’, enfatiza.

É o que acontece, por exemplo, com o claustrofóbico, quando colocado em espaços fechados ou em confinamento. “A pessoa sofre ataques de pânico ou fica com receio constante de ter um ataque a qualquer momento”, explica o especialista. Estas pessoas, de acordo com Ricardo Daher precisam de atenção especial e assistência multiprofissional para que conquistem maior qualidade de vida.

Projeto ninar

Uma das dificuldades enfrentadas pelos claustrofóbicos é a realização de exames que demandam tempo e imobilidade. Pensando em levar maior comodidade e bem-estar a eles, a equipe do CRD – Medicina Diagnóstica desenvolveu o Projeto Ninar que tem como principal objetivo reduzir a realização de anestesias em exames de ressonância magnética e tomografia computadorizada principalmente em pacientes fóbicos e crianças.

Ricardo Daher explica que, devido aos pacientes claustrofóbicos não conseguirem ficar parados em ambientes fechados por um bom tempo, fazia-se necessário o uso de anestesia para os exames que podem durar até 40 minutos. No Projeto Ninar, o paciente chega com uma hora de antecedência e, assistido por uma equipe especializada, é apresentado ao local que o procedimento será realizado. “Assim, ocorre uma maior familiarização e uma menor sensibilização. O paciente entende que o ambiente é seguro e não apresenta nenhum risco para a sua vida”, detalha Ricardo Daher.

Em seguida, ele é levado para uma sala, reduz-se a luz e, apenas quando a equipe entende que o paciente está pronto, é levado para o exame. “Ele faz o procedimento sem uso de anestesia e ao final se sente feliz por sua superação”, salienta o neurorradiologista.

Crianças

O mesmo acontece com crianças, principalmente de 0 a 5 anos, que não conseguem ficar paradas durante a ressonância ou tomografia. “Neste caso, usamos a estratégia de realizar o exame à noite, quando a criança está em sono profundo”, relata Ricardo Daher.

Ele frisa que, quando a criança está dormindo, é enrolada para não ficar com frio ou mexer durante o procedimento. “Colocamos um capuz em sua cabeça e um fone de ouvido de silicone para que ela não escute o barulho do aparelho. Assim realizamos um exame com total tranquilidade, sem necessidade de anestesia”, salienta.

Além de proporcionar mais qualidade de vida e saúde, o projeto Ninar reduz aproximadamente 40% dos custos, seja para o paciente ou para o plano de saúde. No último semestre, foram realizados mais de 200 exames, destes mais de 90% sem anestesia. A redução nos custos alcançou a marca de 80 mil reais.

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