Para o presidente em exercício, acerto entre os dois blocos é histórico, estratégico e resultado de diálogo e da boa política
“Hoje é um dia histórico e estratégico”. Assim definiu o presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciando a conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia. “É o maior acordo entre blocos de todo o mundo”, acrescentou, durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.
Estamos falando de mais de 27 países da União Europeia, dos mais ricos do mundo. São muitas oportunidades e ganhos recíprocos. Pode ajudar a fazer o PIB do Brasil crescer mais, as exportações brasileiras crescerem, a renda e o emprego crescerem e derrubar a inflação
Geraldo Alckmin, vice-presidente da República
Depois de mais de 20 anos de negociações, o acordo bilateral é resultado, segundo Alckmin, de diálogo e de uma boa política. “Quero destacar a liderança do presidente Lula. Se não fosse ele, dificilmente esse acordo teria saído. E vale ressaltar o grande significado disso num mundo polarizado e fragmentado”, disse Alckmin. A união dos dois blocos reúne mais de 700 milhões de pessoas que vivem na América Latina e na Europa, o que tem potencial de ampliar oportunidades para todos os envolvidos, e, especialmente, impactar a vida de milhares de brasileiros.
“Estamos falando de mais de 27 países da União Europeia, dos mais ricos do mundo. São muitas oportunidades e ganhos recíprocos. Pode ajudar a fazer o PIB do Brasil crescer mais, as exportações brasileiras crescerem, a renda e o emprego crescerem e derrubar a inflação. Os estudos mostram que as exportações para a União Europeia poderiam crescer na agricultura 6,7%, nos serviços 14,8% e na indústria de transformação 26,6%”.
Segundo Alckmin, a parceria foi apoiada no Brasil por três setores produtivos: o setor primário, o agrícola; o setor secundário, a indústria, especialmente a indústria de transformação, e o de comércio e serviços. “Vamos impulsionar as pequenas empresas também para que elas possam participar, não só as grandes empresas”.
PROXIMOS PASSOS – Alckmin aproveitou para esclarecer que, para ter efeito, o acordo ainda precisa ser traduzido para 24 idiomas e passar pela votação por maioria qualificada do Conselho da Europa, pelo Conselho Europeu da União Europeia e pela aprovação de maioria simples do Parlamento Europeu. Internamente, o acordo é submetido à aprovação dos quatro países integrantes do Mercosul: Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, que é quando o acordo começa a valer de imediato. “Mas, na realidade, os termos estão acertados. Então, um país que, por acaso, tenha divergência, não pode mais alterar os termos do acordo que ficou celebrado, que precisa ser aprovado”, esclarece.