Presidente participou de cerimônia de anúncio do financiamento à exportação de 32 jatos da Embraer à American Airlines, por meio de contrato de R$ 4,5 bilhões via BNDES
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhou o anúncio do financiamento à exportação de 32 jatos comerciais E175 da Embraer para a American Airlines. A divulgação ocorreu em cerimônia na sede da Embraer, em São José dos Campos (SP). O contrato, no valor de R$ 4,5 bilhões, é feito via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio do BNDES Exim Pós-embarque, linha de crédito direto do banco para comercialização de bens nacionais destinados à exportação.
“Eu vim aqui porque essas coisas não acontecem de graça. Não é sempre que o BNDES financia a exportação brasileira. Não é sempre que o BNDES tem coragem de emprestar R$ 4,5 bilhões para financiar avião para uma empresa americana. Isso é decisão política. E a decisão política é tomada pelo governo”, frisou o presidente durante a solenidade.
Lula afirmou que tem orgulho de, quando viaja, poder apresentar um avião da empresa a outros países. “Isso aqui tem a mão de uma brasileira, de um brasileiro, tem o suor de um brasileiro, de uma brasileira. Esse avião aqui ajudou a levar comida para a casa de muitas pessoas. Eu, muitas vezes, chegava no aeroporto, quando eu descia do avião — a gente levava um avião reserva —, a primeira coisa que eu fazia era chamar o presidente do país para entrar no avião: ‘venha ver o nosso avião’”, contou.
O chefe de Estado também indicou que o BNDES continuará financiando exportações de produtos brasileiros para alavancar o desenvolvimento do país. “Nós vamos continuar financiando as exportações brasileiras, porque quando a gente financia a exportação brasileira, a gente está financiando emprego, salário e acúmulo de conhecimento tecnológico. E a gente está exportando inteligência, conhecimento, coisa de muito valor agregado, com gente muito especializada”, assinalou.
ACORDO — No início do ano, a American Airlines anunciou um pedido de 90 jatos E175, com direitos de compra de outros 43. As aeronaves serão entregues com 76 assentos. Caso todos os direitos de compra sejam exercidos, o acordo vai superar US$ 7 bilhões, conforme preço de lista.
“São aviões projetados por engenheiros brasileiros, aviões produzidos no Brasil por milhares de técnicos e operários super talentosos. E a cada emprego direto na Embraer, outros nove empregos indiretos são gerados, movimentando um setor que emprega mais de 160 mil trabalhadores no Brasil”, afirmou Francisco Gomes Neto, presidente e CEO da Embraer, empresa que daqui a um mês vai completar 55 anos de existência.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou a importância do acordo e da parceria com a empresa aeroespacial sediada no Brasil. “Nós financiamos em real, mas a receita quando volta é em dólar. Toda a nossa exportação, a receita é em dólar, então tem um hedge natural, os recursos que a gente faz, e melhora o nosso balanço comercial, o que é muito importante, a gente exportar valor agregado e não só commodity. A Embraer é um símbolo da capacidade, da criatividade, do potencial do povo brasileiro”, declarou. “A Embraer não existiria sem o BNDES, porque nos momentos difíceis quem teve aqui foi o BNDES. São 1.300 aviões que o BNDES já financiou, 40% de todas as exportações da Embraer foram financiadas pelo banco”, completou Mercadante.
Além de exportações, o BNDES apoia a Embraer no plano de investimentos em inovação. Em fevereiro, o banco aprovou financiamento de R$ 500 milhões, por meio do BNDES Mais Inovação, para a empresa desenvolver novos produtos, processos e tecnologias digitais.
INDÚSTRIA — O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, enfatizou o papel da exportação e do desenvolvimento da indústria de ponta para o Brasil. “O BNDES aumentou em 135% o financiamento para exportação, e isso significa emprego e renda aqui no país. Destaco o compromisso do presidente Lula em criar mais empregos e fortalecer a indústria que está na ponta da inovação, paga salários mais altos e agrega valor”, pontuou.
Já o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, ressaltou que o governo trabalha para ampliar as exportações de aeronaves da Embraer, assim como para aumentar o número de aviões da empresa voando no país. “Desde o primeiro momento, o presidente nos determinou que pudesse ampliar o diálogo com o Francisco, ampliar o diálogo com o Mercadante no BNDES, para a gente poder dar uma atenção à indústria brasileira. Eu não tenho dúvida, presidente, no governo de vossa excelência, nós vamos mais que dobrar a participação de aeronaves da Embraer viajando pelo Brasil”, declarou.