Brasileira conquista o título na categoria dos pesados do judô com campanha inquestionável
O primeiro ouro do Brasil significou tanto para Bia Souza, da categoria dos pesados do judô (+78kg), que quem mais falava por ela eram os olhos. Lágrimas de alegria e orgulho que emocionaram família, técnicos, colegas de equipe e o Brasil. Bia levou um título incontestável. Deixou pelo caminho a número 1 e a número dois do mundo. Ignorou a torcida francesa. Superou regras recentes do judô que deixam margem para subjetividade. Resolveu as lutas com golpes certeiros, no tatame, soberana. “É um sentimento incrível. Eu sabia que podia, eu sabia que tinha condições. Treinei muito para isso. Acredite que todo sonho é possível. Não vou dizer que é fácil, pois nada que é grandioso é fácil de ser conquistado, mas seja qual for o tamanho dos objetivos, é possível. Lutem, acreditem, confiem. No final, vale a pena”, afirma a campeã olímpica”.
Acredite que todo sonho é possível. Não vou dizer que é fácil, pois nada que é grandioso é fácil de ser conquistado, mas seja qual for o tamanho dos objetivos, é possível. Lutem, acreditem, confiem. No final, vale a pena”
Bia Souza, campeã olímpica e integrante do Bolsa Atleta
Com o resultado, Bia, aos 26 anos, junta-se a Aurélio Miguel, Rogério Sampaio, Sarah Menezes e Rafaela Silva na lista de campeões olímpicos do judô brasileiro. Já detentora de uma carreira repleta de conquistas e quinta do ranking mundial, venceu quatro lutas para chegar ao ouro. Estreou contra Izayana Marenco, da Nicarágua, e não teve dificuldade para avançar com um ippon. Na luta seguinte, pelas quartas de final, encarou a sul-coreana Hayun Kim, bronze no Mundial deste ano. Em combate duríssimo, conseguiu reverter uma entrada da asiática e aplicou um waza-ari para seguir na chave.
A semifinal prometia ser guerra. E foi. Contra a francesa Romaine Dicko, esperança de ouro local e número 1 do mundo, Bia tinha retrospecto desfavorável. Mas nem mesmo o apoio da torcida local a abalou. A paulista, dona de três medalhas em Mundiais sênior (prata e dois bronzes) fez uma luta sólida, dominou o combate e bateu a rival com uma imobilização.
“Eu consigo concentrar totalmente na luta, no momento. Estou focada em mim, no que quero fazer, no que sei fazer e, independentemente de quem está ali na frente”, resumiu Bia, integrante do Bolsa Atleta, programa de patrocínio direto do Governo Federal. Na final, contra a israelense Raz Hershko, uma luta dominante definida com um waza-ari. No domingo, o Brasil já havia obtido uma prata, com Willian Lima (até 66kg), e um bronze, com Larissa Pimenta (até 52kg).