Estudantes quilombolas são finalistas na Taça das Favelas Goiás 2023

João Gabriel, de 15 anos, aluno da 1ª série do Ensino Médio no Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Professor Jamil Sáfady, não esconde a animação em participar da Taça das Favelas Goiás 2023. É a segunda vez do goleiro do Quilombola Boa Nova no campeonato.

A estreia dele foi no ano passado, quando a equipe chegou às oitavas de final. Neste ano, porém, o time chegou, de forma inédita, à final do torneio realizado pela Central Única das Favelas de Goiás (Cufa Goiás). João Gabriel, que atua como atleta há 7 anos, pretende seguir na carreira de jogador de futebol e vê na oportunidade da Taça das Favelas, um degrau importante para a realização de seu sonho.

Final da Taça das Favelas Goiás 2023

O time Quilombola Boa Nova enfrenta o Orlando de Moraes pela final masculina da Taça das Favelas Goiás 2023 no dia 18 de novembro, no Estádio Antônio Accioly, do Atlético Clube Goianiense, no Bairro de Campinas, em Goiânia.

Comunidades de várias cidades do estado marcarão presença no evento, que terá entrada gratuita e será transmitido para todo o estado por meio da TV Anhanguera e da Rádio Bandeirantes Goiânia 98.7 FM.

Time

O time é composto por atletas quilombolas da cidade de Professor Jamil, no interior do estado. Segundo o goleiro João Gabriel, o sentimento por estarem chegando tão longe no campeonato é de muita alegria.

“Nós caímos em uma chave difícil, com times bons, onde de 3 times classificava somente um para a próxima fase. Após classificarmos, pegamos outras comunidades que esbanjavam potencial e arte dentro de campo, que eram preparadas e fizeram jogos de igual para igual. Na semifinal, ganhar de virada com dois golaços contra os favoritos da casa não tem preço”.

O treinador do time, Adeir Pinheiro da Silva, conhecido como Luizão, é técnico de futebol há 24 anos, está a frente deste projeto há 12 anos e treina desde a iniciação até a categoria sub-17. Para a competição, Luizão selecionou os melhores atletas da comunidade, com idades entre 14 e 18 anos.

Para ele, a importância dessa conquista é grande, pois é uma forma de o time quilombola trazer reconhecimento a Professor Jamil por meio da Taça das Favelas.

Equidade

“A equidade está à vista. Isso me enche de orgulho e satisfação”, ressalta a professora Irani Dias Teixeira, gestora do Cepi Professor Jamil Sáfady, por presenciar seus alunos quebrando barreiras no esporte.

Segundo a diretora, essa oportunidade conquistada pelos meninos é uma peça importante para futuros projetos da comunidade: “Estou feliz por saber que essa visibilidade que estão tendo pode abrir novas portas, novos horizontes”, complementa.

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