O Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN), em Uruaçu, mais uma captação de órgãos para doação. Este já é o 6º procedimento de captação realizado pela unidade. O doador era um homem de 32 anos, natural de Uruaçu, que teve morte encefálica determinada por protocolos seguidos por lei.
Todo o processo, realizado na quinta-feira (15/06), contou com o apoio da equipe de médicos e profissionais da Central Estadual de Transplantes, da Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) e com suporte logístico do Serviço Aéreo do Estado de Goiás (Saeg), que ofereceu aeronave para transporte da equipe.
CAPTAÇÃO
Foram captados rins que irão beneficiar pessoas que aguardam na fila do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). A captação foi realizada hospital, que possui aparato tecnológico para realizar esse tipo de coleta e faz parte da Central Estadual de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos de Goiás (CNCDO-GO).
João Batista da Cunha, diretor assistencial do HCN, reforça o quão importante é o tratamento humanizado no momento da doação de órgãos e tecidos.
“É importante também trabalharmos, cada vez mais, na capacitação dos nossos profissionais, para o melhor acolhimento das famílias doadoras. O momento é delicado e para obtermos a autorização dos entes existe um serviço humanizado de acolhimento”, explica.
O HCN se tornou um grande aliado da causa da doação de órgãos, instruindo e estimulando familiares e pacientes sobre a importância de ser um doador. As famílias são abordadas e amparadas pela equipe multidisciplinar da comissão responsável, composta por profissionais do serviço social, fisioterapeutas, psicólogos, equipe médica e de enfermagem, e esclarecida sobre todo o processo de doação.
DADOS
De acordo com dados apresentados pela Central de Transplantes do Estado, foram realizados 346 procedimentos de órgãos e tecidos em Goiás, de janeiro a maio de 2023. Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão em fila nacional única, controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.
A definição do receptor depende de diversos fatores, tais como compatibilidade, idade, doenças associadas e grau de urgência, conforme avaliação da equipe cirúrgica e sempre com o conhecimento do receptor e sua família.
No Brasil, para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, em nenhum documento. Muitas pessoas acham que é preciso registrar a opção de doador de órgãos em qualquer documento pessoal, mas isso não é mais necessário.
Para se tornar um doador em vida, o paciente deve ter mais de 21 anos, ser saudável e concordar com a doação. A doação após morte encefálica só acontece com autorização da família. Por isso é importante anunciar para as pessoas mais próximas o desejo de ser doador.
“É uma perda muito grande, mas é também uma satisfação saber que meu filho está ajudando o próximo. Quanto mais divulgarmos isso, melhor, para podermos tocar outros corações e estimular as pessoas a realizarem esse gesto de amor e caridade, porque a doação de órgãos salva vidas”, afirma a mãe do doador, Maria Iolanda de Souza.