Nos últimos meses, devido a casos de sepse em celebridades, muitas dúvidas sobre a doença surgiram. Com o Dia Mundial da Sepse, a infectologista do Hospital Estadual de Trindade (Hetrin) Pâmella Rosa esclarece os sinais e sintomas da doença.
A sepse é responsável por pelo menos 11 milhões de mortes em todo o mundo, anualmente. No Brasil, são 240 mil. A especialista explica que a infecção é uma resposta inflamatória exagerada do organismo em relação a algum patógeno, seja ele bactérias, fungos ou vírus, e também se torna mais comum em casos de pneumonia, infecções abdominais e infecções urinárias.
Por isso, muitas vezes é chamada de infecção generalizada. Pâmella enfatiza que uma das formas mais eficientes de prevenção é a identificação precoce de infecções e controle de doenças crônicas.
O diagnóstico da doença pode ser realizado com exame físico, percepção de alteração de frequência respiratória e cardíaca, falta de ar e avaliação de alguns exames complementares.
“Sua fisiopatologia é multifatorial, mas é o resultado de uma resposta imune do hospedeiro a microrganismos que causa uma produção excessiva de células inflamatórias”, explica a infectologista.
SEPSE
Embora a doença tenha uma alta taxa de mortalidade e seja considerada prioridade na saúde mundial, é desconhecida por mais de 80% dos brasileiros, de acordo com pesquisa realizada pelo Datafolha (2017), a pedido do Instituto Latino-americano de Sepse (Ilas).
Segundo o Ilas, a sepse é, atualmente, caso de prioridade mundial de saúde, pois são catalogados anualmente entre 47 e 50 milhões de casos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que a infecção é uma das doenças que mais mata globalmente.
São 11 milhões de vítimas por ano, ou uma morte a cada 2,8 segundos. O Brasil apresenta uma das maiores taxas de mortalidade por sepse no mundo, com aproximadamente 240 mil pessoas, anualmente.
Pâmella Rosa destaca a necessidade de buscar assistência médica imediatamente ao perceber quaisquer sintomas, como sensação de confusão e dificuldade na fala, dor muscular, febre, calafrios, ausência de urina, respiração acelerada ou falta de ar.
Alguns fatores de risco também podem levar ao agravamento da doença como:
- Pacientes hospitalizados por longo tempo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
- Crianças, idosos, portadores de alguma doença com imunossupressão
- Oncológicos
- Pessoas com o vírus HIV
- Virulência do patógeno
- Tratamento tardio
- Doenças crônicas como diabetes
- Insuficiência renal
- Cirrose hepática
É importante ressaltar que 80% dos casos de sepse ocorrem fora dos hospitais e se agravam pela descoberta tardia.