Permissionários da Central Estadual de Abastecimento de Goiás (Ceasa) contestaram a informação de que sete trabalhadores do local estariam contaminados com o coronavírus (Covid-19).
Eles afirmam que o número não para de crescer, sendo de 13 pessoas somente em um depósito, e que a central não está tomando medidas para evitar a disseminação.
É preciso esclarecer que os depósitos estão alocados dentro da central. Desta forma, todos que vão ao local passam por ali, o que justifica os pedidos de medidas de fiscalização por parte dos permissionários. Eles ressaltam que muitas pessoas têm medo de represálias e que a administração está preocupada em manter o local funcionando.
“Só na minha empresa foram 13 infectados. Temos os resultados aqui. Nós temos aquele depósito há 40 anos e nunca tivemos que fechar as portas. Isso não é brincadeira. A gente também pegou o vírus e contaminou as outras pessoas da família. Aqui em casa duas pessoas já estão hospitalizadas e com respirador. Não desejo isso para ninguém”, afirmou uma permissionária que não quis se identificar.
Ela ainda afirma que a Ceasa não está tomando as medidas necessárias para conter a disseminação do vírus e que pessoas com mais de 65 anos continuam circulando livremente pelo local. “Eles começaram a medir a temperatura de quem entra, mas só nesta terça, depois que eu informei que havia testado positivo. Mesmo assim, eles só fazem nas pessoas que chegam entre as 3h e às 6h da manhã. Quem trabalha no administrativo não passa por essa medição”, ressaltou.
Nota da Ceasa na íntegra
“A Ceasa-GO não possui conhecimento sobre o número de casos atendidos nas unidades de saúde da região. Entramos em contato para apurar, mas eles não nos confirmam essa informação. Até o dia de hoje, 05/06/2020, foi comunicado à administração 7 (quatro) casos com testes positivos para COVID-19.
Todos os casos que tomamos conhecimento, mesmo que de maneira informal, averiguamos. Porém, não são confirmados.
Na administração, mantemos afastados das atividades os funcionários que fazem parte dos grupos de risco, porém, nenhum destes possuem sintomas ou foram testados positivo para a COVID-19. Ressaltamos que os concessionários, permissionários e produtores, assim como os trabalhadores autônomos possuem autonomia e responsabilidade na gerência de seus estabelecimentos e serviços, de acordo com o regimento interno da Ceasa-GO;
Os empregadores são, também, legalmente responsáveis por garantir a integridade física de seus funcionários;
Contudo, para evitar a disseminação da doença, a administração da Ceasa -GO tem tomado inúmeras providências, entre elas:
Campanhas educativas com faixas, cartazes e informações por meio da rádio interna;
Orientação aos permissionários, concessionários e produtores por meio de circulares e portarias, para criação de rodízio de funcionários, alteração do horário de atendimento, implantação de televendas e outras alternativas para reduzir a aglomeração de pessoas;
Instalação de tendas, ampliando o espaço de comercialização do Galpão do Produtor, reduzindo a aglomeração;
Instalação de pias e torneiras para higienização das mãos em diferentes pontos do mercado;
Disponibilização de álcool em gel na portaria principal e em outros pontos do entreposto;
Reforço na limpeza de banheiros;
Constante desinfecção de ruas e galpões com solução a base de hipoclorito de sódio;
Fiscalização para verificar o uso de máscaras, disponibilidade de álcool em gel, dispersar aglomerações a aplicação de outras medidas para evitar a disseminação do coronavírus em todo o mercado;
Medição de temperatura corporal na portaria da Ceasa; Quando necessário, é feita a medição do nível de oxigênio e encaminhamento para uma unidade de saúde quando a pessoa apresenta sintomas mais evidentes;
Contratação de equipe de enfermeiros para verificar e monitorar as condições de saúde dos trabalhadores do entreposto;
Campanha de vacinação contra a gripe influenza, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde.
Ainda, ao longo das semanas desde o início da pandemia:
Distribuição de 3 mil sabonetes individuais, sempre orientando o público para a importância de se higienizar bem as mãos;
Distribuição de mais de 7 mil máscaras de proteção.
Hoje, pessoas que sem o uso correto da máscara não podem permanecer no entreposto e os estabelecimentos que tiveram casos confirmados paralisaram suas atividades até que todos os funcionários fizessem os testes com resultado negativo.
Ressalto ainda, que a responsabilidade deve ser compartilhada, pois a Ceasa/GO é responsável pela gestão do entreposto que funciona semelhante a um condomínio. Ciente disso, nesta quinta-feira, três empresas adquiriram 160 testes rápidos para seus funcionários e a administração colocou um profissional de enfermagem dedicado a fazê-los. Isso precisa ser adotado por outros empresários e os orientamos neste sentido.
Ainda, lamento, mas confirmo a informação de um óbito. Trata-se de um funcionário de um dos boxes do entreposto.
Além dessas medidas, estamos, diariamente, buscando alternativas para minimizar a disseminação e ajudar a combater o coronavírus.
Essas medidas vêm sendo tomadas desde o início da pandemia, mas o sucesso no enfrentamento ao novo coronavírus só será alcançado com a participação de todos”.