Com rei da Espanha, Lula reforça urgência da pauta ambiental e do combate às desigualdades

Monarca Felipe VI enfatizou o compromisso de atuar ao lado do Brasil na pauta das mudanças climáticas: “Queremos que saiba que não está sozinho nessa tarefa”

Aintegração entre Brasil e Espanha, as parcerias nas áreas de meio ambiente e educação, o cultivo da paz como valor e a busca de celeridade para concluir o acordo entre União Europeia e Mercosul estiveram no “cardápio” do último compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da comitiva brasileira na Europa: um almoço com o rei Felipe VI, da Espanha, no Palácio Real de Madri.

Compartilhamos a urgência de agir para proteger o meio ambiente e combater as mudanças climáticas. Também é momento para recolocar como prioridade, no centro da agenda internacional, a erradicação da fome e da pobreza. Não haverá sustentabilidade sem justiça social”

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

Antes da refeição, o presidente e o monarca fizeram rápidos discursos. Lula reforçou, como tem feito em todas as agendas internacionais, a intenção de reconduzir o Brasil ao papel de protagonista no cenário geopolítico internacional. Saudou a presença espanhola no Brasil em múltiplos setores, que fazem do país ibérico o segundo maior investidor estrangeiro em nosso país. “Estão sediadas em nosso país mais de mil empresas espanholas, nos mais diversos setores, como finanças, telecomunicações, construção civil, infraestrutura e turismo”, listou. . 

O presidente lembrou que vivem atualmente na Espanha cerca de 165 mil brasileiros e que os dois países compartilham valores fundamentais, como a proteção aos direitos humanos, a promoção de políticas de inclusão social e o combate a todas as formas de discriminação. Citou, ainda, o comprometimento com o desenvolvimento sustentável e a transição energética.

“Compartilhamos a urgência de agir para proteger o meio ambiente e combater as mudanças climáticas. Também é momento para recolocar como prioridade, no centro da agenda internacional, a erradicação da fome e da pobreza. Não haverá sustentabilidade sem justiça social”, afirmou o brasileiro.

Lula ainda completou ao enfatizar que não há sustentabilidade possível num mundo em guerra, e por isso voltou a abordar a necessidade de mobilizar um grupo de países para buscar caminhos para a paz entre Ucrânia e Rússia.

“O Brasil condena a invasão da Ucrânia pela Rússia. Defendemos a Carta da ONU e o Direito Internacional, mas queremos abrir caminhos para o diálogo, e não obstruir as saídas que a diplomacia oferece. Sem o cessar-fogo não é possível avançar”, sentenciou o brasileiro.

AÇÃO-REFLEXÃO – Após saldar a amizade histórica entre os países e reconhecer a disposição do Brasil como uma voz em torno da paz, o monarca espanhol relembrou o impacto na Espanha das imagens dos atos violentos contra a democracia brasileira em 8 de janeiro. Ele disse que se sentiu reconfortado ao ver a rápida reação das institucionais nacionais para restabelecer a normalidade e dar resposta firme aos acontecimentos. Citando o educador brasileiro Paulo Freire, Felipe VI comentou: “Não é no silêncio que os homens se fazem, mas no trabalho, na palavra, na ação-reflexão”.

O rei espanhol lembrou, ainda, que a Espanha assume em 2023 o Conselho da União Europeia, e se colocou como aliado para que o acordo entre o bloco e o Mercosul seja, enfim, assinado. 

“Seguimos de perto a apoiamos com decisão os esforços pela assinatura do acordo entre União Europeia e Mercosul. Em uma civilização globalizada, buscar aberturas e regras deve ser a base de nosso desenvolvimento”, afirmou Felipe VI.

O rei também se colocou como parceiro preferencial para as gestões necessárias no tema das mudanças climáticas e de transição energética. “Temos enormes desafios pela frente em temas como mudanças climáticas, igualdade, desenvolvimento social e educação como direito e plataforma de transformação”, citou, enfatizando que a Espanha apoia os esforços brasileiros de combate ao desmatamento e de garantia de direitos dos povos indígenas. “Queremos que saiba que não está sozinho nessa tarefa que compete a todos os países”.

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