O líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), entrou na lista de cotados para assumir o Ministério da Educação (MEC). O parlamentar recebeu no domingo ligação do presidente Jair Bolsonaro para sondar a possibilidade. Na segunda-feira, 6, os dois tiveram um almoço, fora da agenda, no Palácio do Planalto, em que discutiram a educação do País.
Entre os assuntos, falaram sobre educação básica e profissionalizante, temas que Bolsonaro quer atenção especial. O presidente não quer abrir mão das pautas ideológicas para o País, mas tem ressaltado que essa bandeira não precisa ser algo beligerante, como era tratado pelo ex-ministro Abraham Weintraub.
Apesar de criticado pelos parlamentares, Vitor Hugo se mostra na Câmara um homem de confiança do governo e cumpridor de tarefas. Além disso, o deputado informa ter mestrado e é sempre elogiado por Bolsonaro, por ter sido o 1º colocado em sua turma na formação militar.
Major do Exército, Vitor Hugo é mestre em operações militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e é formado em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras e em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Nacional de Direito, da Universidade Federal do Rio, entre outros títulos. Bolsonaro disse a interlocutores que vai sentir a receptividade do nome de Vitor Hugo para o MEC entre os apoiadores.
Até agora, a resistência tem partido de dentro do governo. O fato de o deputado não ser general, a patente mais alta, tem gerado resistência da ala militar, que queria alguém mais velho. Vitor Hugo tem 43 anos.
O MEC está sem titular desde a saída de Weintraub, no último dia 18, após o governo ser pressionado a fazer um gesto de trégua ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-ministro chamou integrantes da Corte de “vagabundos” em reunião ministerial. Bolsonaro chegou a escolher o professor Carlos Alberto Decotelli para a pasta. O governo, porém, pediu que ele deixasse o cargo após questionamentos a seu currículo.
No domingo, o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, avisou que não vai ser ministro após convite de Bolsonaro. Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou, o presidente foi pressionado pela ala ideológica do governo e por militares para não colocar Feder no comando do MEC.